Como funciona a gestão do Ensino a Distância?

Sumário

Com a oferta de flexibilidade e preços mais baixos, a Educação a Distância cresce em ritmo significativo. Somente em 2017, o total de matrículas em faculdades privadas chegou a 1,6 milhão. Enquanto isso, o número de polos triplicou entre 2014 e 2018, alcançando 15.452. Nesse momento, surge uma questão: qual é a importância da gestão no EaD?

A resposta é uma só. Sem um gerenciamento qualificado, a qualidade fica em segundo plano. Para as instituições que se preocupam apenas com número de ingressos, a expectativa é essa — situação que tende a causar prejuízos em médio ou longo prazo.

Então, como aproveitar o impulso do EaD para alcançar melhores resultados? Como fazer sua universidade chegar ao topo e construir o conhecimento com bases sólidas? Responderemos essas perguntas neste post a partir dos desafios impostos ao ensino a distância. Entenda!

O crescimento dos polos EaD no Brasil

O Decreto 9.057 mudou as diretrizes e bases da Educação Nacional. Aprovado em maio de 2017 e publicado um mês depois, ele atualizou a legislação do EaD e possibilitou um crescimento ainda mais vertiginoso dessa modalidade no País. 

Os motivos foram a flexibilização da criação de cursos, a desburocratização de fluxos, a redução do período de análise de solicitações e melhoria dos procedimentos adotados. Com isso, o número dos polos de ensino a distância pelo Brasil cresceu 133%, com 15.394 unidades. O índice foi atingido em pouco mais de um ano da publicação da portaria.

Nesse período, também houve aumento do total de matrículas. Apesar de elas ainda serem menores que os de cursos presenciais — 843.181 no EaD contra 2.142.463 na graduação tradicional —, a variação foi de 297,3% entre 2006 e 2016.

O aumento da oferta — propiciado em boa parte pela legislação flexível — também deve levar a um crescimento significativo no número de ingressos em cursos a distância. Outros fatores que contribuem são as mensalidades mais em conta e a possibilidade de estudar de qualquer lugar, desde que tenha acesso a um dispositivo com internet.

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As especificações do decreto

A portaria que instituiu o Decreto 9.057 apresentou a possibilidade das instituições de Ensino Superior se credenciarem para a oferta de cursos EaD sem terem presenciais cadastrados. Assim, fica a encargo da gestão da universidade atuar apenas em uma ou em ambas as modalidades.

A facilidade parece irrisória, mas foi relevante. Antes, a instituição precisava ter cursos presenciais e aguardar a visita do Ministério da Educação (MEC) para ter o EaD autorizado. Esse processo demorava em torno de dois anos. 

Agora, a autorização ou restrição será definida de acordo com o Conceito Institucional, um indicador de qualidade embasado em visitas técnicas do MEC às instalações. O resultado é a redução do prazo de abertura para aproximadamente seis meses.

Além disso, a abertura de polos EaD deixa de exigir a aprovação do MEC. Isso significa que, para alcançar o topo, é preciso investir ainda mais na qualidade do ensino. É dessa forma que sua IES conseguirá se destacar em meio à grande quantidade de polos existentes.

Os desafios enfrentados pela gestão no EaD

A qualidade é o ponto-chave. Enquanto algumas instituições entendem que abrir polo a distância é uma forma de negócio, é importante  buscar maneiras de se destacar da concorrência. Nesse processo, muitos desafios são enfrentados.

Os processos de formação e capacitação exigem muito planejamento e diferentes modelos de gestão, a fim de se adaptar à realidade de alunos e professores. O ensino-aprendizagem e as metodologias pedagógicas adotadas também precisam ser diversas, já que a educação é mediada por ferramentas de comunicação.

Para isso, é necessário ter um polo bem estruturado. Após a publicação do decreto, eles são criados pelas próprias IES, de acordo com os limites de quantidade e indicadores de qualidade. Ainda existe a possibilidade de fazer a abertura junto a uma escola, empresa ou parceiro.

Essa liberdade é positiva, desde que você saiba utilizá-la a seu favor. No caso da Faculdade Estácio de Sá — uma das principais quando o assunto é EaD —, cerca de 86% dos polos está localizado na estrutura de parceiros. Nesse caso, a gestão do conhecimento e a logística das aulas continua sendo uma responsabilidade da IES, além de matrículas, atendimento e processos seletivos.

De toda forma, os polos ainda são unidades descentralizadas, que auxiliam a melhorar a qualidade do ensino. Devem contar com laboratórios, biblioteca e espaço para provas presenciais.

Mais que isso, é necessário contar com uma plataforma para registrar os dados dos alunos, seus resultados e as atividades realizadas. Desse modo, há um controle maior das ações por meio de uma plataforma de fácil manuseio, com conteúdo consistente e que agrega valor.

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As formas de assegurar a qualidade da gestão no EaD

Com um número grande de alunos matriculados e turmas descentralizadas, em que cada estudante está em um local diferente, é preciso observar os dados coletados para determinar o melhor a fazer e centralizar a parte acadêmica para garantir a qualidade do ensino. Para isso, é preciso de uma plataforma específica, como um sistema de gestão de provas.

Esse software centraliza todos os dados dos mais diferentes polos, a fim de garantir a qualidade do processo de avaliação em todos eles. Dois exemplos de sucesso são a PUC Minas e a Universidade Tiradentes (UNIT).

A primeira conta com 19 polos pelo País e aplica mais de 100 mil provas por ano para 12 mil estudantes. Pelo sistema, as avaliações são gerenciadas em sua totalidade, ou seja, desde o mapeamento da distribuição até a correção. O resultado é a eficiência dos processos e mais precisão para os resultados cadastrados.

Por sua vez, a UNIT tem 25 polos e é a maior instituição privada do Nordeste. Também são geradas mais de 100 mil provas para 26 mil alunos. Todo o processo de aplicação, criação e correção das avaliações é facilitado.

Em qualquer um dos casos, o professor tem acesso aos dados de cada aluno e da turma online. Com isso, define as melhores estratégias a adotar. Por exemplo, se é importante passar um conteúdo extra para a compreensão de determinado assunto, se é necessário solicitar um trabalho escrito etc.

O gestor da instituição também consegue identificar se o docente atende aos resultados esperados ou se precisa fornecer feedbacks de melhoria e treinamentos. Essa análise é essencial, porque os métodos de aprendizagem no ensino a distância são diferentes dos tradicionais.

O professor também precisa adequar suas técnicas e nem sempre está preparado para isso. Cabe à gestão do EaD fazer essa avaliação para aprimorar os resultados alcançados e executar as mudanças necessárias.

Perceba que o ideal é contar com a tecnologia quando se fala de larga escala. A transformação digital também chegou ao EaD, não só pelo ensino online e por agilizar as atividades rotineiras, mas também por aumentar a precisão dos dados e oferecer uma experiência diferenciada a alunos e professores.

Em suma, a gestão na Educação a Distância apresenta, sim, diversos desafios. A grande quantidade de polos requer um sistema que permita a padronização do processo de ensino e de avaliações — e é nesse momento que a tecnologia auxilia. Por meio da centralização, fica mais fácil assegurar a qualidade e ultrapassar os obstáculos existentes.

Gostou de saber como funciona a gestão do EaD? Conheça mais ferramentas para implementar os cursos a distância na sua instituição.

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