Qualidade do Ensino EAD: Como garantir a mesma do presencial?

Sumário

Mesmo com a popularização do EAD, o tema ainda levanta dúvidas, mas números comprovam sua qualidade.

A educação a distância foi inicialmente oficializada no Brasil por meio da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Porém, mesmo depois de tanto tempo, a qualidade do ensino EAD ainda é um assunto bastante discutido neste meio.

Por se tratar de um estilo de estudo em que alunos e professores não compartilham a mesma sala de aula presencial, além de não haver um horário determinado para o estudo, é comum que algumas pessoas fiquem em dúvida em relação à eficácia dessa modalidade.

Uma prova altamente valiosa vem do Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005, mais especificamente em seu Art. 5º, que diz exatamente o seguinte: “Os diplomas e certificados de cursos e programas a distância, expedidos por instituições credenciadas e registrados na forma da lei, terão validade nacional.”

Porém, mesmo com essa igualdade entre os documentos, o que faz com que o diploma de uma faculdade EAD ou presencial não tenha qualquer diferença para os recrutadores e para quaisquer outros fins, há outras linhas de raciocínio que podemos seguir para defender a qualidade do ensino EAD.

O tema, inclusive, já motivou a elaboração de um estudo bem extenso, sobre o qual comentaremos a seguir, e que ajudará a desmistificar muita da neblina que ainda existe na comparação EAD x presencial.

Continue por aqui para saber quais foram os resultados do estudo e, além disso, o que fazer para que a sua Instituição de Ensino Superior mantenha o mesmo padrão de qualidade no presencial e no EAD.

A qualidade do ensino EAD é realmente comparável à do presencial?

Com certeza. É claro que isso passa diretamente pela forma com a qual cada IES faz a gestão do ensino a distância, mas é perfeitamente possível manter a mesma qualidade do ensino-aprendizagem entre os alunos que estudam à distância e os que dividem o mesmo espaço físico nas aulas presenciais.

O embate “EAD ou presencial”, inclusive, não se passa apenas no Brasil. O questionamento também existe em outros países e motivou um estudo bastante interessante, o “Connections Academy Efficiency Report”, conduzido pela Gatti Evaluation, empresa contratada pela Pearson.

O estudo, inclusive, foi revisado por pares pela SRI International e auditado pela PricewaterhouseCoopers, ou seja, tem todos os elementos necessários para que sua credibilidade seja irretocável.

A conclusão do estudo foi bem clara: alunos em tempo integral de uma escola pública online, a Connections Academy, puderam reter o mesmo nível de desempenho que o oferecido por escolas públicas tradicionais.

Embora os pesquisadores tenham explorado várias questões no estudo, o foco mesmo foi a comparação com escolas tradicionais e até com outras online em avaliações de matemática e leitura.

Para fazer a análise, os pesquisadores compararam grupos em cada matéria para cada nível educacional iniciando em 2014 ou 2015. Os grupos, então, foram comparados em desempenho com os anos subsequentes.

A análise mostrou que as escolas da Connections Academy tiveram um desempenho tão bom quanto as tradicionais em matemática e leitura, além de terem um desempenho equivalente a outras escolas virtuais em matemática e superior a elas em leitura.

É claro que precisa haver uma estrutura muito bem planejada e executada para que a qualidade do ensino EAD seja garantida, mas o estudo conclui definitivamente que, em sua essência, a disputa entre EAD x presencial diverge em relação à modalidade das aulas, não à sua eficácia.

Leia também: Nova Portaria do MEC e EADs: como as IES podem se beneficiar

O que fazer para manter o mesmo padrão de qualidade de ensino-aprendizagem entre EAD ou presencial?

Embora não haja nenhuma receita mágica para colocar isso em prática, algumas sugestões são bastante valiosas para ajudar sua IES a trilhar este caminho, como as seguintes:

Padronização do ensino em diferentes polos

Os polos EAD assumem um protagonismo muito importante na qualidade do ensino EAD, pois é ali que serão feitas avaliações, atividades e outros momentos de interação entre alunos e professores.

Para que o ensino a distância não fique devendo para o presencial, é preciso que todos os polos tenham a mesma régua, ou seja, que o nível de qualidade seja o mesmo em todos eles, independentemente de sua localização, tamanho ou quantidade de alunos.

Fazer isso é tão benéfico para os alunos quanto para a própria instituição de ensino, cuja imagem será fortalecida por uma padronização a nível nacional, que por sua vez também colabora para a disseminação do ensino de qualidade para o maior número possível de estudantes.

Para maiores detalhes, leia o conteúdo “Gestão de polos EAD: como manter a régua de qualidade entre diferentes polos?” e confira pontos de vista super interessantes sobre o tema.

Treinamento efetivo dos professores para o EAD

No atual cenário da educação, os professores exercem um papel de facilitadores do aprendizado dos alunos, o que fica ainda mais claro quando analisamos como é ampla a aplicação e a importância da tecnologia na educação.

Quando existe a comparação entre faculdade EAD ou presencial, muitos ficam com a primeira opção por conta das melhores condições de organização de horários, pelos custos reduzidos e até pela falta de instituições presenciais de qualidade na região, mas a questão não se resume apenas a isso.

Conforme o tempo passa, cresce o número de alunos que já nasceram em um contexto de conectividade e tecnologia, ou seja, para eles o EAD também é uma alternativa que pertence à sua realidade, o que certamente é um fator de peso na escolha.

Logo, para que eles se deparem com uma aprendizagem que atenda às expectativas, o ensino deve ser pensado especialmente para as plataformas digitais, com a aplicação de técnicas de design instrucional para a obtenção de resultados mais consistentes e eficientes.

Neste sentido, é uma responsabilidade das IES capacitar os professores para essa nova realidade. Investir no desenvolvimento do corpo docente para o ensino a distância fará com que a qualidade do ensino EAD seja ainda maior.

Avaliação contínua dos alunos

É inegável que o compartilhamento da mesma sala de aula por professores e alunos permite aos docentes avaliar de perto o desempenho de seus estudantes, não apenas com provas propriamente ditas, mas também com vários outros processos avaliativos, até mesmo a observação de sua participação, por exemplo.

Essa integração presencial não é possível no EAD, de fato, mas isso não significa que os processos avaliativos tenham que ser prejudicados, muito pelo contrário: o mesmo leque da tecnologia que comentamos anteriormente abre uma série de portas neste sentido.

Quando se está em uma plataforma digital, com toda a riqueza e polivalência que a internet proporciona, meios de avaliar não faltam, o que significa que os professores podem manter critérios avaliativos tão completos quanto quando estão nas salas de aula.

Se você quer saber mais sobre isso, baixe nosso infográfico sobre tipos de avaliação de desempenho abaixo. É só clicar no banner!

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Qualidade do ensino EAD: uma verdade mais do que comprovada

A disputa entre EAD ou presencial deve se manter por um bom tempo, mas a balança provavelmente penderá cada vez mais para o lado da educação a distância, reflexo de uma faixa etária que vive em uma época de tamanha conectividade e também da comprovação da qualidade do EAD

O Censo da Educação Superior 2018 mostra que de 3.445.935 ingressos no Ensino Superior em 2018, 39,85% (1.373.321) foram para o EAD, contra 60,15% (2.072.614) para o presencial. O mesmo Censo mostra que, em 2008, a proporção era de 19,81% contra 80,19%.

Imagina-se que a comprovação de sua qualidade ainda é um desafio com o qual o ensino a distância terá que lidar durante algum tempo na comparação com o ensino presencial, mas a resposta estará cada vez mais clara com o passar do tempo.

Com o auxílio de soluções tecnológicas inteligentes, como o Prova Fácil Avaliações Regulares, a qualidade do ensino EAD tende a crescer cada vez mais, em um cenário que beneficia a todos os envolvidos, dos que têm apenas o ensino a distância como alternativa àqueles que o escolhem por opção – e isso é ótimo.

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